Como 'Confrontar Pecadores' conforme a Bíblia

A mensagem do evangelho moderno é “Deus te ama e tem um plano maravilhoso para sua vida.” Isso é verdade! Entretanto, a nossa idéia de “maravilhoso” e a idéia do mundo podem ser um pouco diferente. Conduza um pecador pelas páginas do livro de Atos e mostre-lhe a
cena das pedras quebrando os ossos de Estevão. Então, sorria e sussurre: “Maravilhoso...” Leiam juntos e visualizem em suas mentes o som do chicote de nove pontas cortando a pele das costas do apóstolo Paulo. Mostre aos pecadores as diversas ocorrências da palavra ‘sofrimento’ nas Epistolas e veja se o mundo vai conseguir sussurrar “Maravilhoso!” Diga aos pecadores que “devemos através de muita tribulação entrar no reino de Deus” (Atos 14:22) e veja se os seus olhos ou os seus lábios conseguem balbuciar a palavra “maravilhoso”. Depois deste passeio pela estrada da honestidade, eles poderão pensar que os prazeres do pecado são mais atraentes que o chamado a “sofrer aflição com o povo de Deus” (Hebreus 11:25).

Quem será que quererá escutar nossa mensagem se formos tão abertamente honestos sobre a vida cristã? Talvez não tantos quantos são atraídos pela conversa de um plano maravilhoso. A resposta ao nosso dilema é esclarecermos que a mensagem do Evangelho trata de justiça e não de felicidade. Foi exatamente isso que Jesus fez. Ele usou os Dez Mandamentos para mostrar aos pecadores qual era o justo padrão de Deus (Lucas 10:25; 18:18-20). Uma vez que os pecadores virem o perfeito padrão pelo qual serão julgados, eles começarão a temer a Deus e é pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal (Provérbios 16:6). Eles começarão a ter sede e fome da justiça que existe somente em Jesus Cristo.

Se estudar o Novo Testamento, verá que o amor de Deus é quase sempre apresentado em direta correlação com a cruz: porque Deus amou o mundo de tal maneira, Deus demonstrou o Seu amor, etc. (Veja João 3.16; Romanos 5:5,6,8; Gatas 2:20; Efésios 2:4,5; 5:2,25; 1 João 3:16; 4:10; e Apocalipse 1:5, entre outros.) A cruz é o ponto focal do amor de Deus pelo mundo. Então, como podemos apontar para a cruz sem fazer referência ao pecado? E como podemos nos referir ao pecado sem usar a Lei (Romanos 7:7)? A maneira bíblica para expressarmos o amor de Deus aos pecadores é mostrar-lhes o quão grande é o seu pecado (usando a Lei – veja Romanos 7:13; Gálatas 3:24), e então dar-lhes a incrível graça de Deus em Cristo. Esta foi a chave para alcançar tantos no Dia de Pentecostes. Eles eram judeus ‘devotos’ que conheciam a Lei e suas santas exigências e, portanto, prontamente aceitaram a misericórdia de Deus em Cristo para escapar da terrível ira.

Quando usar a Lei para mostrar aos pecadores seu verdadeiro estado, prepare-se para receber seus agradecimentos. Pela primeira vez na vida, tais pecadores verão a mensagem cristã como uma expressão de amor e cuidado com seu bem-estar eterno, ao invés de um mero proselitismo em busca de um estilo de vida melhor nesta terra.

Medite nesta citação de John MacArthur até que ela fique gravada nos corredores de tua mente:

“Nós precisamos ajustar nossa apresentação do evangelho. Não podemos deixar passar em branco o fato que Deus odeia o pecado e pune os pecadores com tormento eterno. Como é que temos a coragem de iniciar uma apresentação do Evangelho dizendo a pessoas que estão caminhando em direção ao inferno que Deus tem um plano maravilhoso para suas vidas? É verdade que Deus tem um plano maravilhoso para suas vidas – mas este plano é que tais pessoas se arrependam e confiem no Salvador para que recebam a justiça de Cristo.”

FAZENDO OS PECADORES TREMEREM

Para uma ilustração bíblica de como confrontar pecadores através da justiça, analisemos a vida do Rei Davi. Quando Davi pecou com Bate-seba, ele quebrou todos os Dez Mandamentos. Ele cobiçou a mulher do próximo, viveu uma mentira, cometeu adultério, assassinou o marido desta mulher, desonrou seus pais e, portanto, quebrou os outros quatro mandamentos ao desonrar a Deus. Portanto, o Senhor enviou Natã o profeta para repreendê-lo (2 Samuel 12:1-14).

Há um forte significado na ordem em que a repreensão foi feita. Natã apresentou a Davi, o pastor de Israel, uma parábola sobre algo que ele poderia entender – ovelhas. Ele começou no nível natural, ao invés de imediatamente expor o pecado do rei. Ele contou uma história sobre um homem rico que, para não tirar uma ovelha de seu próprio rebanho, matou a ovelha de estimação de um pobre homem para alimentar um visitante. Davi ficou indignado e sua auto-justiça veio à tona. Ele revelou seu conhecimento da Lei ao declarar que o culpado deveria restituir o quádruplo e morreria por seu crime. Natã então expôs o pecado do rei ao tomar a “ovelha” de outro homem, dizendo. “Esse homem és tu... Por que desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos?” Quando Davi clamou: “Pequei contra o Senhor.” O profeta então lhe mostrou a graça dizendo: “Também o Senhor perdoou o teu pecado; não morrerás.”

Imagine se Natã, com medo de rejeição, tivesse invertido as coisas um pouco e dito a Davi: “Deus te ama e tem um plano maravilhoso para tua vida. Entretanto, há algo que está te impedindo de desfrutar deste plano maravilhoso; isso se chama ‘pecado’” Imagine se Natã tivesse decidido ignorar a natureza pessoal do pecado de Davi e dito apenas que ‘todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus’ (Romanos 3:23). Davi poderia ter reagido com a seguinte frase: “De que pecado você está falando?”, ao invés de admitir sua terrível transgressão.

Pense nisto – por que ele clamaria: “Eu pequei contra o Senhor” ao ouvir tal mensagem? Em vez disso, poderia, motivado por um sincero desejo de experimentar tal “plano maravilhoso”, ter admitido que, como qualquer pessoa, ele também havia pecado e estava destituído da glória de Deus. Se Davi não tivesse sido levado a tremer debaixo da ira da Lei, o profeta o teria privado da maneira bíblica de produzir tristeza segundo Deus, tão necessária ao arrependimento (2 Coríntios 7:10).

Foi o peso da culpa de Davi que o levou a clamar: “Eu pequei contra o Senhor.” A Lei o fez ficar pesaroso; fez com que ele tivesse fome e sede de justiça; o iluminou para que ele visse quão séria é a natureza do pecado segundo o padrão de Deus.

A declaração abaixo é de Paris Reidhead e trata da maneira bíblica para levar os pecadores a clamarem a Deus por sua salvação:

“Se eu pudesse, declararia moratória à pregação pública do ‘plano de salvação’ na América por um ou dois anos. Em seguida, convocaria todas as emissoras de rádio e televisão cristãs e todos os púlpitos a pregar a santidade de Deus, a justiça de Deus e a Lei de Deus até os pecadores clamarem: ‘O que devemos fazer para ser salvos?’ Então, os levaria a um cantinho e sussurraria o Evangelho em seus ouvidos. Não usem João 3:16. Tão drástica atitude é mais do que necessária pois temos endurecido toda uma geração de pecadores em relação ao Evangelho dizendo a eles como podem ser salvos antes mesmo de terem qualquer compreensão da razão pela qual precisam ser salvos.”

FONTE: Living Water [Ray Comfort]

2 comentários:

  1. Concordo com o irmão , Pois a doutrina Bíblica declara que Deus por ser criador , salvador e consolador, ele é que possui um amor sobrenatural pelo homem, pois o seu amor salvatério pela humanidade é sublime, santo, justo e eficaz.

    A mesma doutrina Bíblica impõe ao homem a pratica de mordomia, é um mordomo da sua prática de fé ou da sua falta de prática de fé em Jesus Cristo , o primeiro, receberá a salvação eterna e o segundo,a perdição eterna.

    A Prática de amor e misericórdia de Deus esta no mesmo patamar da prática da justiça divina , que absolve ou puni os homens.

    Referencia Bíblica: João 3 e Apocalipse 20.

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  2. Concordo muito se fala em amor em prosperidade mais a justica e o braco forte do senhor muitos tem esquecido.

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